Visão do além
Fecho os olhos... Perco-me na escuridão
Navegando a um porto que não mais existe...
O vento circula com redemoinhos
Confio-me a brisa com veemência e grito
Imitando-a em seu rugido
Na visão do além posso ver
Gaivotas solitárias...
Se alcanças toca-me vida,
E neste toque me devolve a essência
Porque minha alma perdeu-se já há muito tempo
No brilho de muitos sóis... Longínquos...
A sangrar segredos nos sussurros
Sob a fadiga das noites
Mal dormidas...
Percorro os ares da eternidade sem
Olhar para além de mim... pássaro solitário
E a neblina
Impede-me de enxergar as flores
Que se descortinam através de lindos jardins
Para que novamente nasça a esperança em mim...
E neste silencio se perpetrarão brandura...
E o longo inverno termina!
Celina vasques
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