Eterno é este mar em que tuas lágrimas navegam e a brisa suave que levou de ti a ilusão ...e nesta bruma ocultas teus sentires de mim ... (Celina Vasques )
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
DESALENTO
Ah! Pequena vida que se esvai
em meu ventre
não mais teus passos guiarei na vida
Não mais verás minh'alma vacilante
não posso te devolver a vida!
Reneguei-te, portanto, quando
começavas a nascer
minh'alma chora como torrentes
que das chuvas fortes
lançam aos ares um rumor profundo!
Foge de mim os sonhos
estou em agonia
Mentira! Tudo mentira!
meu sorriso terno
-escárnio-
meus olhos cintilantes
-faíscas invisíveis-
fogo do inferno!
Quem sou eu? Desnaturada!
Em mim há serpes ocultas
um pérfido veneno...devorantes lumes!
a luta é forte - o coração sucumbe!
Com que direito me julgo poeta
se sou tão insensível à vida?
Mil vezes morresse eu e o meu
transporte de dor pudesse transformar
essa lágrima ardente em vida!
És dos meus erros
o maior
o crime grave
minh'alma triste se enluta
quando a voz da minha consciência
me acusa : " Não tinha o direito de te
ceifar a vida "
CELINA VASQUES
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