segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

DESALENTO



Ah! Pequena vida que se esvai
em meu ventre
não mais teus passos guiarei na vida
Não mais verás minh'alma vacilante
não posso te devolver a vida!

Reneguei-te, portanto, quando
começavas a nascer
minh'alma chora como torrentes
que das chuvas fortes
lançam aos ares um rumor profundo!

Foge de mim os sonhos
estou em agonia
Mentira! Tudo mentira!
meu sorriso terno
-escárnio-
meus olhos cintilantes
-faíscas invisíveis-
fogo do inferno!

Quem sou eu? Desnaturada!
Em mim há serpes ocultas
um pérfido veneno...devorantes lumes!
a luta é forte - o coração sucumbe!

Com que direito me julgo poeta
se sou tão insensível à vida?
Mil vezes morresse eu e o meu
transporte de dor pudesse transformar
essa lágrima ardente em vida!

És dos meus erros
o maior
o crime grave
minh'alma triste se enluta
quando a voz da minha consciência
me acusa : " Não tinha o direito de te
ceifar a vida "




CELINA VASQUES

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